ARA-Sul recomenda gestão integrada do rio Limpopo

Após as cheias de 2013 na bacia do rio Limpopo que causaram grandes danos nas infra-estruturas sociais e económicas nos distritos de Chicualacuala, Mabalane, Massingir Chókwe e Guijá, o Governo de Mocambique decidiu investigar o problema e elaborou, com início em 2017, o Estudo de Prevenção e Controlo de Cheias na bacia do Limpopo.
O estudo que teve como objectivo o desenvolvimento de um plano integrado de gestão de cheias para a bacia do rio Limpopo em Moçambique, foi conduzido pelo consórcio CONSULTEC & SALOMON & UNESCO-IHE, e foi realizado em toda a extensão da bacia do Limpopo, incluindo todos os seus afluentes.
Segundo Lizete Dias, chefe de Departamento de Recursos Hídricos, as principais conclusões do estudo apontam para a necessidade de uma abordagem de gestão integrada de cheias com o objectivo de maximizar a produtividade e uso eficiente das planícies de inundação, minimizando a perda de vidas e o impacto nos meios de subsistência e no património, através de medidas de protecção, tais como o alteamento de diques do Limpopo, construção da barragem de Mapai, bem como, a criação de armazenamentos temporários das águas das cheias. O estudo identifica dois pontos, onde se poderia direccionar a cheia do rio Limpopo para um armazenamento temporário, sendo um dos locais a planície de inundação do rio Changane. Esta solução que permite o desvio de parte do escoamento do rio Limpopo para o rio Changane, deverá ser precedida de estudos socio-ambientais e de hidráulica de modo a conceber-se uma estrutura de desvio parcial do rio a partir da zona de Mahombe para a planície de inundação do rio Changana.
O estudo avançou também com outras medidas não-estruturais como é o caso de desenvolvimento de um sistema robusto de aviso prévio, ordenamento do território, capacitação das instituições responsáveis pela gestão de cheias, melhor divulgação da informação sobre cheias e educação ambiental das comunidades.
Quanto a viabilidade do desvio do rio Limpopo em outros locais, a ARA-Sul clarifica que não se tratando do desvio do curso normal do rio, havendo iniciativas de redução de picos de cheias de uns pontos para outros, dentro do curso do rio ou das suas planícies de inundação, tal deverá ser feito com prudência e precedido de uma análise do impacto sócio-ambiental.